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Blog pessoal de Paula Oliveira
Eu sempre tive a convicção de que não se deveria esconder nada ás crianças, nem mostrar-lhes que o mundo é só cor de rosa. Mesmo naqueles temas mais polémicos que normalmente os pais tendem a suavizar, eu não acho bem. Nomeadamente em relação á morte, á pedofilia, aos raptos, aos maus tratos, etc.
Sempre ensinei e sempre tentei responder, a todas as perguntas o mais fiel com a realidade ao meu filho R. Nunca deixei de ir a um funeral por não o querer levar, desde muito pequeno que lhe expliquei que as pessoas morrem e sempre lhe disse o que se fazia com os mortos.
Quando começou a aparecer nas notícias a toda a hora sobre o escândalo da casa pia, expliquei-lhe o significado da palavra pedofilia quando ele perguntou.
E devemos ensiná-los e incentivá-los a perguntar quando têm alguma dúvida, por exemplo, ainda esta semana o meu R. me perguntou se um menino que é diabético da sala dele, na aula de educ. física o nariz começou a sangrar, se através do sangue poderia contagiar alguém com diabetes. Para nós adultos parece uma pergunta com resposta obvia, mas para as crianças é normal terem esta dúvida, porque normalmente só ouvem falar de sida, e de como se contagia e então as outras doenças? Pensarão eles.
Estes são aqueles temas mais polémicos e que muitos pais tendem a fugir deles, muitos por não conseguirem expressar-se de maneira a que os filhos entendam, outros porque acham que os filhos têm tempo de aprender estas coisas mais tarde.
Depois existem aqueles assuntos, práticos, dos dia a dia que não deixam de ser menos importantes.
Acho que lhes devemos ensinar desde bastantes pequenos, por exemplo o que devem fazer se se perderem num centro comercial qualquer, devemos ensinar-lhes a direcção, um nº de telemóvel dos pais, etc..
Isto tudo vem a propósito de uma situação real que aconteceu com um filho de um amigo meu. E que poderia ter-se transformado numa tragédia se a criança não estivesse esclarecida pelos pais e se não a tivessem preparado para uma situação semelhante.
O meu amigo tem um filho com 5 anos. E na sexta-feira passada foi colocá-lo no autocarro, e tinha combinado com o pai, de ele ir buscar o neto ás 18h á paragem do autocarro. O que aconteceu é que o avó se esqueceu e ele acabou por estar na paragem 1h30 á espera que alguém o fosse buscar.
O meu amigo só diz, se não tivesse ensinado o filho de que não deve sair do lugar de onde está que alguém o há-de ir buscar, se calhar tinha perdido o filho na sexta feira. Porque numa cidade como Coimbra, ás 19h30 da noite uma criança de 5 anos a deambular pelas ruas, torna-se num alvo muito fácil para qualquer predador.
Eu só de o escutar a dizer isto, fiquei toda arrepiada e a imaginar a aflição dos pais, quando se aperceberam que o filho de 5 anos estava sozinho de noite numa paragem de autocarro.
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