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Blog pessoal de Paula Oliveira
Amanhã, o meu G. faz 18 meses.
Tempo este que tem sido tão intenso, porque ele foi muito desejado, assim como o irmão.
Mas o meu G. veio, como se fosse a bonança depois da tempestade.
Passo a explicar:
À cerca de 5 anos, tinha o meu R. 5 anos, pensámos que estava na altura de mandar-mos vir outro filhote, porque sempre quisemos ter pelo menos 2.
Então assim foi, passado uns meses fiquei grávida, só que a gravidez não começou a correr muito bem, primeiro porque eu tinha imensas dores e contracções logo nos primeiros 3 meses, ao que o médico me disse que era normal porque o parto anterior tinha sido uma Cesariana e como o útero é cozido, aquando da segunda gravidez é normal acontecer o que me estava a acontecer. Só que qd fui fazer a Eco das 12 semanas o médico detectou que alguma coisa não estava bem com o coração do bebé, conseguia ver perfeitamente o ventrículo direito, agora o esquerdo não o detectava e aconselhou-me a ser vista por um cardiologista.
Na altura qd fui mostrar a Eco ao meu médico, com as indicações de possível mal formação, ele alertou-me logo para estar preparada, porque possivelmente iriam aconselhar-me na maternidade a fazer a interrupção da gravidez.
Mas o que aconteceu foi precisamente o contrário, qd o cardiologista me fez a Eco, disse-me que realmente havia uma mal formação, mas que em muitos casos ela normalizava no decorrer da gravidez, então combinámos que todas as semanas iria fazer uma eco em que se viria a evolução do ventrículo esquerdo, porque se ele fosse aumentando, seria possível operar quando o bebé nascesse. Então nesta altura fiquei cheia de esperanças.
O que é certo que em todas as ecos que fui fazendo depois disso até às 20 semanas o ventrículo esquerdo não aumentou nada, e as esperanças que me tinham dado foram por água abaixo e então custou-me muito mais aceitar os factos, e foi aí que me aconselharam a fazer a interrupção da gravidez, que nem em Portugal nem em parte nenhuma do mundo seria possível fazer alguma coisa para salvar o meu bebé e que ele não iria sobreviver até ao parto.
Decisão muito dolorosa de ser tomada, mas não tive dúvidas de que seria a melhor opção.
Então fui internada e durante uma semana sofri horrores, porque foi um parto normal, só que provocado por químicos, e quando em algumas mulheres passado umas horas dá se a expulsão do feto em mim nada provocada essa expulsão, teve qs que ser arrancado à força.
Depois de ter estado 6 dias com contracções, sem fazer dilatação, o meu médico achou que não se podia esperar mais e tentou descolar-me a placenta para ver se evoluía e foi aí que fiz a expulsão do feto, só que as dores eram tantas que desmaiei de seguida e só acordei no bloco operatório porque a placenta não saiu e tiveram que me dar anestesia geral para a retirar.
Depois de ter passado por este trauma, só passado 5 anos ganhei coragem para engravidar outra vez e então graças a deus correu tudo bem e veio o meu G. que eu amo de paixão.
Desculpem este post tão grande, mas apeteceu-me partilhar convosco porque é que este filho é tão importante para mim.
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